Entre o Império e a NATO
Portugal e os Estados Unidos da América (1949-1961)
Abstract
This book addresses the evolution of Portuguese-American relations between 1946 and 1961, taking into account the two aspects that conditioned the relationship between the two countries: the North American interest in having the Lajes base in the Azores and the Portuguese government's commitment to secure Washington's support for maintaining its colonial policy. Contrary to what historiography indicated as a “golden period” in the understanding between Lisbon and Washington, the book demonstrates that the Cold War climate and the internationalization of the Portuguese colonial issue conditioned relations between the two countries. Without ever reaching a breaking point, the relationship between the two countries was always constrained by the evident differences in approach regarding the position of the West in relation to the Afro-Asian world, with Portugal linking the American presence in the Azores with the North American need to, if not support, turn a blind eye to the maintenance of Portuguese colonial policy. Este livro aborda a evolução das relações luso-americanas entre 1946 e 1961, tendo em atenção os dois aspetos que condicionaram a relação entre os dois países: o interesse norte-americano em dispor da base das Lajes nos Açores e o empenho do governo português em garantir o apoio de Washington para a manutenção da sua política colonial. Ao contrário do que a historiografia apontava como sendo um “período de ouro” no entendimento entre Lisboa e Washington, o livro demonstra que o clima de Guerra Fria e a internacionalização da questão colonial portuguesa condicionaram as relações entre os dois países. Sem nunca chegar a uma situação de rutura, a relação entre os dois países ficou sempre constrangida pelas evidentes diferenças de abordagem quanto à posição do Ocidente em face do mundo afro-asiático, com Portugal a interligar desde muito cedo a presença americana nos Açores com a necessidade norte-americana de, senão apoiar, fechar os olhos à manutenção da política colonial portuguesa.